A iniciativa de doar meu cabelo para fazer dela uma peruca chega ao mês de julho de 2011, e com ela, chego também ao terceiro ano de existência dessa ação.
A Casa que o amor construiu, pseudônimo usado hoje pela instituição onde desenvolvi boa parte do meu conhecimento no trabalho voluntário, chegará a sua segunda expansão e, com a inauguração desse espaço, virá a doação da "juba". Tudo correndo dentro do previsto, antes do final do mês realizarei este feito.
Com isso o blog voltará a ser a única forma de ação afetiva e efetiva da iniciativa. Para não perder a proposta, e ajudar/ orientar outras pessoas a fazer algo semelhante, registraremos histórias ou mesmo mensagens sobre outras pessoas que doaram ou doarão suas mechas para a modesta iniciativa que desejo incentivar.
E como falta pouco tempo, agora vou registrando a juba através de imagens. Essa que segue é do dia 30/06/2011. Olha o tamanho que ele chegou. :)
Daqui em diante, estarei mobilizando mais intensamente esse canal para a campanha e, claro, para a causa do apoio e humanização do tratamento de câncer. Vamos nos falando.
Caso você não possa doar ainda tuas madeixas para ajudar as crianças, saiba que existem outras formas de participar. Uma delas é pública, de fácil execução e mais fácil ainda de divulgar. É a asinatura pela Declaração Mundial Contra o Câncer.
A Declaração Mundial Contra o Câncer 2008 foi elaborada pela União Internacional para o Controle do Câncer (UICC), adotada pela Cúpula Mundial de Câncer 2008 e endossada pelo “World Cancer Congress 2008”.
A campanha visa sensibilizar a sociedade para uma doença que hoje já possui um significativo avanço no tratamento, mas que ainda tem muitas barreiras a vencer. A maior delas é a informação. Infelizmente este problema é global. Se nada for feito, haverá 26 milhões de casos novos e 17 milhões de mortes por ano em 2030. E a maior parte ocorrerá nos países em desenvolvimento.
O custo do câncer no mundo à economia global em mortes prematuras e invalidez, sem considerar os custos médicos, foi estimado em US$ 1 trilhão.
A Declaração representa o consenso entre governos do mundo inteiro, especialistas em saúde pública e defensores da luta contra o câncer comprometidos em eliminar esta ameaça à vida das futuras gerações.
Até 2020 onze objetivos deverão ser alcançados, entre eles: • reduzir significativamente o consumo do tabaco e do álcool e a obesidade no mundo; • assegurar a cobertura universal dos programas de vacinação contra a hepatite B e o Papiloma vírus (HPV) para prevenir o câncer de fígado e do colo do útero; • fazer com que o público seja mais bem informado, eliminando noções errôneas e mitos sobre a doença; • garantir melhores métodos de diagnóstico; • assegurar que todo paciente tenha acesso ao controle da dor; • ter equipes médicas mais bem treinadas; • e aumentar as taxas de sobrevida dos pacientes com câncer.
Para atingir esses objetivos, é necessário agir com rapidez para: • tornar o câncer prioridade na agenda política; • melhorar o acesso à prevenção e à detecção precoce do câncer • facilitar o acesso ao tratamento do câncer a todo paciente portador da doença
Por que assinar a Declaração é tão importante? Desde 1947 houve apenas duas sessões especiais da Assembléia Geral da ONU dedicadas à Saúde - a última foi na década de 80 para discutir o problema da Aids. O encontro de cúpula da Assembléia Geral da ONU que se realizará em setembro de 2011 representa uma oportunidade sem precedentes para colocar o câncer no centro das atenções e torná-lo prioridade na agenda do desenvolvimento global.
Desde quando foi criada até hoje, há 178.131 assinaturas. Tenho certeza que podemos ampliar esse número. Por isso, assine agora a Declaração para um mundo livre de câncer! Abaixo coloquei o vídeo da campanha legendado pelo INCa para partilharmos e divulgarmos a campanha. Como diz o seu lema "Juntos somos mais fortes"!!!
Para saber mais: http://www.uicc.org/declaration/sign-world-cancer-declaration
Parecia ser inimaginável, mas sempre há quem surpreenda. Aos 66 anos de idade, Dexuan Zhang, da província chinesa de Sichuan, afirma ser o único artista no mundo capaz de criar retratos detalhados dos fios de cabelo humano. Usando apenas cinco ferramentas simples e uma lupa, Zhang consegue criar retratos incríveis, a partir de centenas de fios de cabelo coletadas de membros da sua família.
O diâmetro médio de cabelo de um jovem é de 0,7 mm, enquanto o cabelo de um idoso é de apenas 0,5 mm de diâmetro e Zhang faz uso dos dois tipos em suas obras. Para criar uma obra com tamanho por volta de 10 cm de comprimento, ele primeiro cria um projeto mais de 100 vezes maior e, em seguida, passa meses de tecelagem de cada componente individual do cabelo. Embora cada um retrato possua cerca de algumas centenas de fios de cabelo, Zhang gasta uma boa quantidade de tempo apenas selecionando os melhores, examinando, em média, 10.000 fios de cabelo.
Uma das preocupações de Zhang Dexuan era de ser o único homem capaz de criar retratos do cabelo, e apesar de seus esforços para convencer seus filhos para levar adiante esta tradição antiga, era grande a dificuldade e a paciência necessária para realizar esse trabalho. Recentemente, ele expôs o seu trabalho em Chengdu e, para sua surpresa, seu trabalho atraiu muita atenção. Ele agora está feliz por ter 20 aprendizes que manterão a arte da tecelagem com cabelo viva por muito tempo.
Qualquer dia farão roupas com cabelo humano. Enquanto esse dia não chega, sejamos originais doando o cabelo para apoiar e humanizar o tratamento de pessoas com câncer.
Antes de mais nada, é bom dizer que tenho certo mau-olhado a quase tudo que me cerca. Coisa de gente um pouco ranzinza mesmo. Um dos mau-olhados que eu tenho em blogs é que as pessoas acabam falando só de si, algo que além de pedante é absurdamente indecente. Indecente porque você não tem de ficar expondo suas opiniões a esmo. Isso choca, isso pode virar só um palanque, desses onde a gente só sobe pra discursar monólogos intermináveis. Tenho mau olhado aos discursos por ver neles um pacote fechado, sem possibilidade de evoluir. Mas enfim, lê quem se interessa e pronto.
Até aqui esse blog vivia o dilema: Ou escreve os relatos de uma pessoa como eu, que nunca teve cabelo grande na vida e decidiu deixá-lo crescer para doação. Ou sai deste espelho que retrata a si mesmo e busca abrir a cabeça - e o blog - para algo mais além de si mesmo.
Até aqui queria o blog para divulgar meus acertos e erros nessa experiência e incentivar outras pessoas a fazerem o mesmo. O dilema acima atrapalhou o andamento do blog, e isso incomodava bastante. Resumindo: Como superar a vontade de escrever e incentivar outras pessoas sem virar um umbigo virtual?
E, aos poucos, fui olhando bem tudo o que fomentou minha escolha a ponto de perceber que essa história só é possível por conta de muitas outras histórias paralelas. Não tenham dúvida, todas elas são muito mais inspiradoras que a minha. Você não tem noção de quantas pessoas especiais eu tenho o privilégio de conhecer, a ponto de inspirar a doação do meu cabelo, que está perto do momento do abate.
Por isso o blog não será só mais um diário. Terá a pretensa vontade de ser uma ata de histórias capazes de escrever um final diferente do que se vê habitualmente num blog. Não terei o compromisso de escrever obssessivamente, mas terei a alegria de conversar com as pessoas que frequentarem esse blog, e de homenagear de um jeito ou de outro as pessoas magníficas que acompanham e inspiram minha caminhada.
Assim, espero, sairemos do blog discurso para um blog diálogo. Porque até os ranzinzas precisam conversar. ;)
A boa notícia é que, ao contrário do Blog, o projeto continua em vigor. O cabelão está em forma e eu ainda me divirto tentando entender porque um ser humano passa tanto tempo cuidando de um cabelo. Sim, porque cuidar de um cabelo longo é completamente diferente de cuidar de um cabelo curto. Pelo menos pra mim.
Nos tempos do cabelo curto (coisa de dois anos e uns meses atrás), bastava lavar a cabeça com o bom e velho shampoo, ou mesmo um sabãozinho de coco (dependendo do lugar e da situação) que tava tudo tranquilo.
Hoje, tem de passar o shampoo, mais um pote de creme sei-lá-de-quê, outro pote com o condicionador e outro pote depois de tomar banho. Juro pra vocês que não sei pra que tantos potes, só sigo o que foi recomendado pela Edvânia (tenho de arrumar um momento só pra explicar melhor seu papel nessa história toda), e tá de bom tamanho.
O que importa é que a cabeleira está aqui, firme e forte, para virar peruca e ajudar a humanizar um pouco mais o tratamento das crianças que aprendi a amar e que me ensinam muito com suas histórias de amor e superação.
Outra importante campanha para o apoio e humanização do tratamento de câncer é o McDia Feliz, coordenado nacionalmente pelo Instituto Ronald McDonald (http://www.instituto-ronald.org.br/) e, aqui no Rio de Janeiro, realizado pela Casa Ronald McDonald (http://www.casaronald.org.br/).
Hoje eu faço parte da equipe de coodenação da campanha no Rio de Janeiro. Esperamos arrecadar R$1.400.000,00 para conclusão da obra de expansão da Casa - que ampliará a capacidade de hospedagens na Casa de 26.000 para mais de 50.000 hospedagens/ano.
A Casa presta relevante serviço de apoio aos Hospitais conveniados, pois ao encaminhar seus pacientes em tratamento pra lá, libera leitos para casos mais graves.
As famílias hospedadas na Casa são atendidas em um local com as condições necessárias de alimentação, higiene e conforto para enfrentar o tratamento nesse período. Você pode saber mais visitando a página da instituição ou conhecendo pessoalmente suas instalações. Ela fica na rua Pedro Guedes, número 44 - na Tijuca - Rio de Janeiro.
Vou falar um pouco da campanha até o dia 28 de agosto. Até mais!!!
Há 02 anos atrás eu começava a viver a proposta de deixar crescer o cabelo. Para registrar, com carinho, essa é a foto que eu tenho com a Sabrina. Foi uma foto improvisada, dessas que a gente tira quando circulamos pela casa com essas pessoas especiais que entram em nossa vida.
Valeu Sabrina!!! Sem você nada disso teria acontecido!!!
